domingo, 5 de agosto de 2012

¡Y SIN EMBARGO SE MUEVE!

Ópera flutuante
Por: Valerie Scavone
http://www.ideafixa.com/bregenz-festival
 
Cenários gigantes no meio de um lago na Áustria e uma ópera de duas horas de duração para mais de 6 mil pessoas. Conheça o Bregenz Festival, o anfitrião, desde 1946, de um dos mais deslumbrantes espetáculos culturais ao ar livre da Europa – e do mundo.
Um ano após o final da Segunda Guerra Mundial, foi realizado o primeiro Festival de Bregenz. O desempenho inaugural foi encenado em duas balsas atracadas no Lago Constance, Áustria – um dos palcos para a orquestra e o outro com as estruturas da peça Bastien e Bastienne, de Mozart. Em uma cidade onde não havia teatro, a estrategia de montar um festival com estas dimensões poderia parecer excêntrico. E diga-se de passagem, foi e é excêntrico. Mas a ideia de escolher um lago como palco provou ser um sucesso, desde o primeiro ano de sua estreia.

The Magic Flute, 1985-1986
À partir deste ano, as produções são feitas em duas temporadas.

Os cenários são construídos de 2 em 2 anos em uma estrutura fixa – Núcleo de Concreto – que contém o camarim, a sala de máquina, os equipamentos da Orquestra Sinfônica de Viena e capacidade para 6.800 pessoas.

The Tales of Hoffmann, 1987-1988
Aqui inicia-se a produção com a mais recente tecnologia do mundo.
The Flying Dutchman, 1989-1990
Carmen, 1991 -1992
Nabucco , de Giuseppe Verdi – 1993-1994
O interesse do público pela produção de Giuseppe Verdi ultrapassou todas as expectativas: mais de 300 mil pessoas vislumbraram o espetáculo no verão de 93 e 94.

Fidelio, 1995-1996
O festival celebra seus 50 anos com a produção de Fidelio – Bethoven.

Porgy & Bess, 1997-1998
Produção da ópera de George Gershwin com abertura das oficinas para desempenho de jovens artistas e de teatro experimental.

A Masked Ball, 1999-2000
Encenada pela primeira vez no mundo a ópera A Masked Ball, de Giuseppe Verdi.

La Bohème, 2001-2002
West Side Story, 2003-2004

Il Trovatore, 2005-2006
Tosca, 2007-2008
Produção da ópera de Giacomo Puccini, uma das mais bem sucedidas produções, nos últimos 10 anos, com mais de 200.000 ingressos vendidos.
Curiosamente, um dos filmes do James Bond – Quantum of Solace (2008), filmado durante o show:
Aida, 2009-2010

Este ano, desde o dia 18 de Julho até 18 de Agosto, o Bregenz Festival apresenta a Solaris – ópera de Detlev Glanert baseado no romance de ficção científica do polonês Stanislaw Lem publicado em Varsóvia em 1961. Na história, o psicólogo Kelvin é enviado para uma estação espacial no planeta Solaris e depara-se, além das pessoas estranhas, com sua ex-amante que suicidou-se aos 19 anos. E, inevitavelmente, revive as memórias culposas de seu amor interrompido.
No Solaris de Lem, a ficção científica não é um fim em si, mas um veículo para a construção de uma metáfora para o problema moral da culpa de nossa memória e as estratégias para lidar com elas.
Stanislaw apresenta as possíveis reações de pessoas que estão diretamente confrontados com uma reação física da memória: a supressão de meios técnicos, resignação e aceitação da realidade.


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